Barrichello disse a revista que não queria deixar alemão o ultrapassar no GP da Áustria, mas recebeu mensagem da Ferrari que o fez "repensar a vida"
Constrangido, Schumacher deixou Rubinho subir
no alto do pódio na Áustria (Foto: Getty Images)
Dez anos depois, Rubens Barrichello reacendeu a polêmica sobre o jogo de equipe da Ferrari no GP da Áustria de 2002. Na ocasião, o brasileiro liderava a corrida, mas recebeu ordens da escuderia para deixar o alemão Michael Schumacher o ultrapassar. No primeiro momento, Rubinho resistiu ao pedido, mas acabou o acatando a poucos metros da linha de chegada. Em entrevista à revista Playboy, o piloto afirmou que recebeu uma ameaça pelo rádio que o fez "repensar a vida".
- Foram oito voltas de guerra. É muito raro eu perder a calma, mas, naquele rádio, saiu gritaria. Fui até o final, até a última curva, falando que não ia deixar ele passar. Até que eles falaram algo relacionado a alguma coisa mais ampla. Não era contrato. Era uma situação que deixou no ar. Eu não posso contar o que eles falaram, mas foi uma forma de ameaça que me fez refletir se eu teria de repensar a minha vida, porque o grande barato para mim era guiar – contou o piloto que, após 19 anos de F-1, estreou na Fórmula Indy este ano.
O GP da Áustria foi válido pela sexta etapa da temporada 2002. No pódio, os dois pilotos mostraram constrangimento. Schumacher foi vaiado e deu o troféu de vencedor a Rubinho, que chegou a subir no lugar mais alto do pódio. O alemão havia vencido quatro das cinco primeiras provas e possuía boa vantagem sobre o vice-líder Juan Pablo Montoya, da Williams. O alemão conquistou seu quinto título naquele ano marcando 144 pontos, quase o dobro do companheiro Barrichello (77), que terminou com o vice-campeonato.
Barrichello entregou primeira colocação para Schumacher a poucos metros da bandeirada (Foto: AFP)
Fonte: Globo