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Espaço do leitor: “Uma Nova Ditadura?”

Publicado: 9 de janeiro de 2013 - Por: Redação

Texto enviado por e-mail (anônimo) l Foto: Werther Santana/AE

Essa postagem marca o início do "Espaço do Leitor" no Blog Carangos PB. Um espaço que tem como objetivo estimular o debate acerca de assuntos presentes no cotidiano dos leitores. Envie seu relato para contato@carangospb.com.

Uma nova ditadura?

A questão já é uma velha conhecida: o famigerado e criticado artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro mais conhecido como: “Lei Seca”. Lei de extrema importância que direciona os motoristas à direção segura.

Um aspecto pouco debatido e, talvez, censurado pela mídia comum, mas de conhecimento da população geral, e que será o foco desta postagem, é a metodologia usada por vários policiais paraibanos no momento da abordagem, sejam eles federais, militares ou civis, nas operações da supracitada lei.

Exponho meu relato como exemplo do que vem sendo praticado na capital paraibana:

"Fui abordado na PB-008 às quatro da manhã do sábado (30/12), por um policial do BPTRAN, que me convidou a fazer o teste do Etilômetro (vulgo bafômetro). Havia consumido bebida de baixo potencial alcoólico (cerveja) as 00 hora daquele mesmo dia e estava em perfeitas condições de reflexo. Sem sinais de embriaguez e em plena consciência, mas, em caráter da nova resolução sancionada pela presidente Dilma Rousseff poucos dias atrás, não sabia se o resultado para o teste poderia ser positivo ou não. Ao solicitar mais informações sobre esta nova resolução fui encaminhado para a van de apoio da polícia com o intuito explícito do policial, como informado por ele próprio, de realizar o teste naquele local. Chegando lá, informei alguns dados e esperei ser chamado para a realização do bafômetro. Após 30 minutos eis que me chamam pedindo para assinar o ato de culpa, reconhecendo que recusei efetuar o teste, fato questionado pela minha pessoa, pois, em algum momento recusei de qualquer forma realizar o mesmo.

Após nova solicitação, pedindo encarecidamente que fosse cedido meu direito ao teste, começou-se o que chamo de total falta de profissionalismo: policiais rindo e soltando piadas diversas sobre a situação. Ao falar sobre viver em um país democrático, no qual gozo dos meus direitos, um dos agentes soltou a pérola: "Ali não existia democracia nenhuma", seguida de risos dos seus colegas de trabalho. Neste momento é inevitável questionar esse tipo de barbárie. Então enfatizei um pedido de forma mais enérgica, mas, não por isso mal educada. O resultado? Um tratamento somente visto em filmes: grosserias, ameaças de prisão, abuso de poder e seguidas risadas de outros policiais que conduziam a operação como lazer masoquista. Ao citar que este tipo de atitude corrobora processo sob força da lei 4.898, que trata sobre abuso de poder, e que como todo contribuinte era responsável pelo pagamento dos vossos salários eu merecia respeito, fui detido por desacato e encaminhado a uma delegacia. Outra pessoa que estava comigo no momento da abordagem, e que também achou totalmente absurda a voz de prisão, foi ameaçada à mesma condição, caso não permanecesse em silêncio.

Na nona DP... Mais truculências. Um agente (que por questões éticas não citarei nome) numa sala, junto à escrivã, e um outro policial, me perguntou estranhamente "como era chamado pelos meus familiares". Por não compreender bem o sentido desta pergunta, respondi-lhe que pelo primeiro nome e fiz um sorriso de incompreensão. Nunca antes na minha vida sofri de um dano moral como naquela situação: gritos, ofensas à minha índole e ameaça de prisão caso não respondesse UNICAMENTE as perguntas feitas por ele. Toda uma situação constrangedora, por um sorriso de incompreensão. “Pedi educadamente desculpas e respondi todas as questões.”

Este que vos escreve não é bandido, é estudante e cidadão de bem. No lugar de possuir ficha policial, tinha projetos de arquitetura. Nunca se envolveu em um acidente de trânsito e prega todos os dias da sua vida pela ética moral.

Falando em ética moral... Bom senso, educação e respeito são elementos fundamentais para fornecer à população um serviço que traga justamente o propósito para a qual a repartição existe: segurança.

As operações policiais referentes à Lei Seca devem ser realizadas JUNTO à população. Um trabalho de conscientização (mesmo que por vezes com punições legais e financeiras), mas nunca na forma opressora.

Uma ouvidoria direta, ativa e ligada às mídias sociais se faz presente nestes casos em que há uma bolha prestes a estourar e na qual a polícia se volta contra a população. Conceito unicamente visto na historia brasileira sobre a alcunha ditadura militar. Uma opressão que fere a constituição brasileira e que nos faz refletir outro assunto: o nosso bem estar social. Surgindo inevitavelmente a questão: "estamos realmente seguros?".

Considerações finais:

O CarangosPB preza pela idoneidade e transparência a seus leitores, debatendo assuntos de extrema importância e que de uma forma ou outra estejam inseridos no mundo automotivo. Somos totalmente a favor da "Lei Seca" no que concerne a diminuição dos acidentes de trânsito e na conscientização do potencial risco que o automóvel pode causar à vida. Vale frisar que em momento algum estamos generalizando o trabalho feito pelos profissionais da polícia durante a operação Lei Seca.

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